sábado, 29 de maio de 2010

frase

"Não importa o tempo, importa a direção."
Clarice Lispector.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A arte de fracassar.

* A vitória do fracassado é não ter compromisso moral com coisa alguma. Tudo é desesperadamente futil.

* O fracasso sempre ensina, principalmente quando é seguido de outro fracasso.

* O fracassado auto-consciente é um fracassado menor.

*... Há! Nada como um fracasso atrás do outro.

* Nem todo mundo vence.

* Fracassa mais quem tenta em intervalos mais longos.

* Só existe um fracasso absoluto: A morte. A glória ilude o vivo, não o morto.

* A autopiedade é uma atitude menos incorreta do que a fúria mediante um fracasso. De qualquer maneira, a resignação é menos interessante do que o reavivamento das motivações.

* O fracasso acontece. Demasiadamente com alguns, todavia. Se você não tem ao menos 30% daquilo que deseja, então ande sempre pronto para a chuva; ela vai cair, quando não estiver com um guarda-chuva em mãos.

* Fracasso tem relação com desejo e não com necessidade. Um matuto pode ser mais bem apanhado do que um magnata.

* O fracasso pode ser a cova ou a alavanca, mas sem um ponto de apoio, e o ponto de apoio é auxílio externo, todo fracassado tende ao fracasso. Geralmente, ao menos, todo fracassado tende ao fracasso.

* Todo fracassado é sábio naquilo que trata sua derrota.

* Manter a cabeça erguida no suplício é tão inútil quanto a súplica pelo perdão, mas é menos patético.

Confissões

Sou perplexo, não consigo lidar com a complexidade de minha mente. Escrever me relaxa, aqui, consigo evitar o pensar constante eliminando-o em bits. Eu também amo e não sou correspondido, esse amor é uma necessidade física, uma angústia por uma realidade metafísica chamada "Verdade". Eu preciso saber, eu quero conhecer o motivo, a causa, a razão.

E há mais... Desejo ser eremita. Amo o eremitismo. Desejo a solidão, desejo sofrê-la com intensidade, desejo mitigar meu orgulho. Sim, eu amo meu sofrimento. Quero lamentar e chorar... O Eremita em mim é a melancolia, e o Profeta em mim é quem vos escrever: Meu Eu-Profeta é quem tenta destruir o deserto em palavras. Quero viver, mas a vida ao meu redor é a escuridão de uma noite deserta. Quero amar, mas não sei corresponder ao carinho que sentem por mim... Meu amar é uma expressão de meu egoísmo, quero dominar... Eu gostaria de saber retribuir o carinho que as pessoas sentem por mim.

sábado, 1 de maio de 2010

Entidade: Comédia

Cai a máscara,
rasga a carne,
não treme, ri

Entidade: Tao, pelo ocidental.

Morre o samurai, pela espada
jaz em um belo jardim.
Renuncia em som de clarim, e a morte bajulada.
O público equivale ao autor. É como vejo. Minha arte é fundamentalmente intelectual. Um transgredir consciente do ético em um mergulho estético; um traçar surrealista. O Belo está justamente na ironia de uma atitude ética, uma atitude filosófica, em contradição com um expressar estético que já não pode compreender seus próprios limites; a pura subjetividade não entendida sem o nome de "artístico".

Já que meus desafetos, sensualistas médios em sua maioria e que pouco transparecem algo de individualmente notável (falo não apenas daqui), não gostam de minhas citações, então farei citações: minha literatura apresenta algo simpático ao spinozismo. Digo em tom de provada ironia e respeito. Spinoza foi de um modo bastante particular um filósofo "apenas" lido por filósofos. Vivendo modestamente, longe dos grandes públicos, tratando de seus assuntos com independência. Uma espécie de eremita; eu gosto de eremitas. Posso até mudar de sorte com o tempo, mas o tom restrito de minhas composições é perene.

Também, é da própria natureza do escritor-filósofo refletir no mesmo espelho imagens diversas, mas de um mesmo objeto. Dostoievski foi o próprio problema da existência de Deus. Toda obra do russo notável nota essa angústia e essa necessidade de superação da angústia. É o desequilíbrio entre a necessidade de responder e a impossível de resposta a chama sagrada por trás dos artistas do pensamento.