terça-feira, 17 de agosto de 2010

Do modo de ler

Lendo Tasso, o pequeno Palha-no-nariz, corso tímido e fraco, fez surgir ao mundo o Generalíssimo das Luzes: Napoleão Bonaparte.

Não é o texto, não é o leitor, nem a palmatória, a indolência ou a oportunidade(s): Mas, Pathos.

É preciso mergulhar, sentir com o espírito. Trilhar os caminhos, aflorar a memória viva, e dela, emergir. A experiência nunca se perderá. Permanece escondida na pele.

Ler com ímpeto, pouco, caso for, de muito. Porém, com ímpeto.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Gota, chá de boldo e Roxanne


Sem chorar de comoção, fervo. Ferve, declina delicada a solução - Chá de boldo de folha amarga. Meu remédio favorito.

Toca Roxanne. Sting. Naquele clima de começo de noite muito estilo rock inglês.

Estou irritado. Detesto esse tempo de chuva tímida, vento frio, "invernidade". Não gosto de Inverno. Podem lembrar do chamego e do chocolate quente. Falam nas vantagens meditabundas do acolhimento. Não gosto do Inverno. Não gosto do frio, não gosto de vantagens meditabundas provenientes do acolhimento, estou sofrendo de Gota e irritado pra caralho.

É uma merda mesmo. Every breath you take já foi tão zuada em tudo quanto é filme que eu não aguento mais escutar a música. É como Killing in the name para fãs de R.A.M. Não dá, só me vem ator de segundo ao pensamento. Fechando a irritação, fiquei sabendo que o Fiuk vai interpretar Raul Seixas em um filme. Tenso.

Queria explodir um Shopping Center. Desses sem cinema.


Enfim, estou meio PC Siqueira hoje. Só não crio um canal porque eu não gosto de ser visto.


"E ninguém me conhece, e ninguém me conhece porque ninguém me vê, e ninguém me vê porque escolhi ver ao invés de ser visto"

("Victor", A natureza, em oposição à graça; Secreções, Excreções e Desatinos, Rubem Fonseca).

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Folha ao chão

Do meu promontório, minha cadeira, balanço, em frente ao mundo: Jardim.

Quando em vezes imagino a Natureza (Naturante), penso em uma folha, cálida, lenta, precipitando galga ao chão. Bela imagem. A folha verdejar nascida e nova em lenta morte; rumo ao duro solo. Respiro: Cai o rio sobre o mar, desce o mergulhão, pequenas crias de tartarugas desesperadas pelas águas... Quantas viverão? Um peixe morre e o alimenta. Quantos mais quantos rios não descem ao mar, único, imenso, infinito. Por vezes, sim, rasga a Natureza seu manto e em uma simples visão: Vida, morte, perpetuidade, sempre por renascer (Naturada).

É uma dança. Cuidado; palavras não excedem o mundo. Descrevo o entardecer de um Sol bronze, ele já se foi, resta a sombra. Letras, ideia. Jamais retornará meu Sol bronze, sempre encontrei um novo Sol.

E com minha mão na nuca do velho Arouto, meu mastim, sinto o aroma maravilhoso: Hoje o jantar é picadinho

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Da Felicidade

Felicidade é o ato, o estado, ou o fenômeno intrínseco (mental) de estar ou permanecer auto-satisfeito.

Três são as principais sensações de desconforto, ou auto-insatisfação: Sono, estímulo de repouso, fome, estímulo de restabelecimento, e libido, estímulo de procriação. No caso humano, nossa largura psicológica nos permitir manobrar, não negar, o intervalo alegórico entre a percepção da necessidade e a ação. A Necessidade não é outra coisa além do oposto igual-e-perfeito do Destino: Alegoria da autogestão de toda a realidade, em si.

Embora o Homem tenha criado uma série de verdades, uma série de perguntas, e milhares de respostas, antes de desejar a imortalidade, o poder, a glória, a eternidade, o sentido da vida, Deus, o Ateísmo, o Ceticismo e outras peripécias do nosso subjetivismo existencial crônico, tudo começa com dormir bem, se alimentar saudavelmente, e manter uma vida sexual interessante.

Em geral, um sono de 6 ~ 8 horas, sem sonhos, em uma cama individualmente confortável, é o suficiente para garantir vitalidade em quase todo tipo de atividade em tempo de vigília.

Da alimentação, quanto mais variada e regularizada melhor. Não muito de algo, nem o tempo todo comer.

Da sexualidade. Aceitar nossa predisposição genética, manter uma boa relação familiar, facilitando os estágios de desenvolvimento psicológico, e, tanto a paixão nos momentos certos, quanto a sobriedade, nos momentos difíceis.


Da Dúvida - Outra necessidade humana - Uma atividade qualquer intelectual, não muito imperativa ou demasiada, tal como escrever sobre a Felicidade, por exemplo, é o suficiente para um ócio criativo.


Se há mais pra dizer, desconheço.

Lord Byron

De vez em quando a vida nos aproxima de algo que lemos, ouvimos, sentimos de imediato, diferente de todo o mais, e, entre a associação surpreendente e a surpresa de consternação, deslumbramos a presença do passado e a vida, tanto nossa, do mundo, quanto dos mortos, em nós.

Com o impacto, permanecemos em uma exultação perseverante. Sendo preciso desmentir ancestral demônio, e a verdade é: Apenas queimando a mão somos capazes de nos reconhecer na natureza do fogo.

E tudo é assim: Titânico. Não é uma completa impossibilidade que o mundo não seja muito além dos restos de uma ancestral guerra entre potestantes protógonas. São nossos mais profundos selváticos e abismais instintos. Reduzidas ao leito de Leto, eternamente famintas.

*E quando um dia um demônio se esgueira em tua mais solitária solidão, e diz: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!".

*Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? E olhando em seus olhos, não compreenderia?

Ele é você.

Sobre Deus

No fim, todos chegam ao mesmo precipício; provas? não há. Devo aceitar então ou não aceitar? Aceitando, o assombro da incerteza, não aceitando, o assombro da possibilidade.

Antigamente, apenas alguns alcançavam esse discernimento, hoje, muitos. E é mesmo um abismo.

* Agostinho de Hipona em Confissões estabeleceu a fé ocidental (também de Maomé): Credo quia absurdum, creio, por ser muito mais do que posso compreender, estabelecer, detalhar, é uma ideia na qual mergulho (afundo/ ou desço?).

* Kierkegaard, assim como Rumi, em sua "Sygdommen til Døden", alcançou a posturada adotada posteriormente pelos eruditos Dostoievski e Kafka: O desespero por desejar Deus, essa necessidade de procurá-lo, O justifica.

* Siddharta foi talvez o mais original - Foi mais longe na abstração. A não existência de Deus é a própria "divinidade" do mundo: Não existe um sentido real (quer dizer, maior, direcionador), negar sentidos para a vida é viver em seu sentido real.

domingo, 1 de agosto de 2010

Da Felicidade

Felicidade é o ato, o estado, ou o fenômeno intrínseco (mental) de estar ou permanecer auto-satisfeito.

Três são as principais sensações de desconforto, ou auto-insatisfação: Sono, estímulo de repouso, fome, estímulo de restabelecimento, e libido, estímulo de procriação. No caso humano, nossa largura psicológica nos permitir manobrar, não negar, o intervalo alegórico entre a percepção da necessidade e a ação. A Necessidade não é outra coisa além do oposto igual-e-perfeito do Destino: Alegoria da autogestão de toda a realidade, em si.

Embora o Homem tenha criado uma série de verdades, uma série de perguntas, e milhares de respostas, antes de desejar a imortalidade, o poder, a glória, a eternidade, o sentido da vida, Deus, o Ateísmo, o Ceticismo e outras peripécias do nosso subjetivismo existencial crônico, tudo começa com dormir bem, se alimentar saudavelmente, e manter uma vida sexual interessante.

Em geral, um sono de 6 ~ 8 horas, sem sonhos, em uma cama individualmente confortável, é o suficiente para garantir vitalidade em quase todo tipo de atividade em tempo de vigília.

Da alimentação, quanto mais variada e regularizada melhor. Não muito de algo, nem o tempo todo comer.

Da sexualidade. Aceitar nossa predisposição genética, manter uma boa relação familiar, facilitando os estágios de desenvolvimento psicológico, e, tanto a paixão nos momentos certos, quanto a sobriedade, nos momentos difíceis.


Da Dúvida - Outra necessidade humana - Uma atividade qualquer intelectual, não muito imperativa ou demasiada, tal como escrever sobre a Felicidade, por exemplo, é o suficiente para um ócio criativo.


Se há mais pra dizer, desconheço.