sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Influência
Acabo de encontrar um autor que sem dúvida não devo esquecer, o húngaro Imre Madách. Soberbo em suas análises, de alegorias existenciais profundas, de uma veia dramática trágica, muito me impressionou e devo lê-lo ainda muitas vezes.
Influências. Escolher modelos é coisa comum quiçá fundamental. Há influências obscuras, aquelas que não vemos, das ideologias reinantes ao nosso redor, nossos medos e desejos velados, objetivos calados. Há influências indiretas, palavras e modos e situações que nos impressionam ao ponto de deixar reticências em nossas visões das coisas. Há influências diretas, aquelas que escolhemos por afeição clara, nutrimos e alardeamos.
Acreditam alguns que são, em profundo, todas destituídas de critérios. Sâo nossas paixões que as definem. Concordo discordando: Nossa razão sem dúvida pinta e contorna todas essas inclinações, alude e venera, nega, ou afirma, ao ponto de negar a origem nula de intenção.
Existe qualquer linha evidente que liga todos os autores que considero, algo que una os velhos e trágicos Hesíodo, Ésquilo, e os dissidentes Stendhal, Voltaire, Camus, Pompéia, em um enleio amalgamado de meus anseios, inclinações, abertas e veladas, aceitar negadas.
Como na carroça imperial do conto búdico, das partes que nada são formando aquilo que é.
E no olhar de uma frase, na manifestação do estilo, rápida empatia, aceitação; e é pronto, já é parte do eu. Influência, fluindo para dentro.
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3 comentários:
sem dúvidas que um perpassar de olhos já nos contagia (ou não)
quando li, a primeira vez, Gregório, foi como acender um rastilho; e olha que foi por obrigação!
daí o palato começa a ficar mais exigente, mais ávido por iguarias, essa insofreável voracidade inerente à natureza do ser
e fico a pensar no mais remoto dos escritores, influenciado, certamente, por símbolos em cavernas, hehe!
apreciada análise, meu caro!
gosto de ler Dom, por mais que tudo em mim demorone, ele consegue me fazer ver o caos doutras maneiras!
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