O Clube Bel. Você nunca entrou – nem deve conhecer. Ou
ouvido falar.
Na entrada de um antiquário em uma rua sem qualquer atrativo
bem na confusão do Centro um mulato em branco, encostado no muro, olha
desdenhoso o fluxo da rua. Nas imediações do Lavradio. Ele é um guardião. Morto
ou vivo, demônio ou anjo, um guardião é algo que vigia algo. Um batalhão
inteiro de soldados bem treinados não fariam nosso amigo de sorriso frouxo
suar.
- Cubano, suponho.
- Tão cubano quanto
Fidel - Ele não aceita falsificações, ou mudar de fumo.
No
interior do antiquário panelas, quadros, velas, armários da época do Imperador
ou ou mesmo do Rei. Utensílios dos mais frívolos aos olhos descuidados de algum
curioso inofensivo bisbilhotando a velha loja; sobressalto, rápido pensamento
de deixar o gás aberto em casa e o incauto sai esquecendo pouco depois da loja
insossa. Cada utensílio frívolo é um sigilo, um totem e uma pedra de marcação.
Armadilhas das mais variadas para inibir e destruir atividades paranormais
animosas – e afastar gente simples. No balcão o mesmo velho distraído lendo um
livro de Rousseau. Bem antigo. Verdadeiramente, de quando vivo o filósofo: o
velho é outro guardião.
- Faz tempo que não
aparece, paladino.
- Bastante.
- Deixar seu
companheiro de fora foi sábio. Muito sábio. Aquele meio-elfo não conhece
discrição, e está nos devendo. Ou melhor, devendo o patrão.
- Ele pagará. Ele sempre
paga.
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