segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Origens


Quem nunca ouviu falar em Gilgamesh? Mesmo por alto?

Gilgamesh foi um rei sumério, um dos primeiros líderes lendários da História, um símbolo do pensamento ocidental.

Conhecemos a pessoa de Gilgamesh através de vários escritos, únicos formam a chamada Epopéia de Gilgamesh. Um texto, por exemplo, mais antigo que as Ilíadas dos aedos. A Epopéia fala da vida de um homem que era em grande parte uma divindade, um guerreiro que enfrentou monstros e desafiou deuses, um campeão que de todos os inimigos, só não venceu a morte.

Em linhas gerais, a trama começa com a descrição do tirânico rei Gilgamesh de Uruk, uma importante cidade da Antiguidade. Ele era poderoso e soberbo ao ponto de preocupar os deuses. Então temos Enkidu, um homem criado com o único objetivo de sobrepujar a força de Gilgamesh. Gilgamesh e Enkidu, ironicamente, acabam encontrando um no outro uma cumplicidade de iguais, um amor de irmãos e formado entre os dois. A ousadia de Gilgamesh ainda insultava os deuses e, como um último e cruel golpe dos imortais, a vida de Enkidu é tomada da terra. Gilgamesh ao ver o amigo morto, decide que fará o que for necessário para alcançar a imortalidade. Ele cruzou o mundo dos homens, adentrou em terras imortais e depois de muito esforço conseguiu cumprir seu objetivo, apanhar uma flor que supostamente seria uma fonte de imortalidade. Agora uma das partes mais interessantes do conto, já voltando para casa ele cometeu um simplório equívoco de distração e deixou uma serpente comer a flor da imortalidade. Depois de cruzar todas as terras, foi derrotado por uma cobra. Então, por fim, voltou para dentro das muralhas de Uruk e morreu como todos os mortais.

Uma outra vida, uma passagem, o amargo fim. O homem ocidental, ao longo do próprio desenvolvimento, desenvolveu muitas teorias a respeito da morte e como deveríamos observar tal fenômeno. Sempre entendemos a morte como algo negativo, mesmo aqueles que acreditam em alguma religião, o assunto morte ainda é um tema sombrio para nossas sociedades. Dominamos o mundo, mas ainda estamos presos a nossa natureza. A busca de Gilgamesh pela imortalidade, é a inquietação do homem ocidental em relação à morte.

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