quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Os malditos


Heráclito de Éfeso, Francis Bacon, Marquês de Sade, Gregório Guerra, Edgar Allan Poe, Charles-Pierre Baudelaire, Jean Genet, Moe Szyslak...

Grandes pensadores para alguns, de opiniões altamente questionáveis, mentes diversificadas e terríveis. Por que é possível, se é possível, classificá-los de forma tão nefanda? Podemos Considerá-los malditos ou malignos?

Claro que sim. É preciso entender o tal Mal para compreender as razões. De forma bem simples, podemos seguramente afirmar que o Mal não existe. Dentro da visão helenista da realidade, o Mal é associado ao Ódio, tal princípio pode ser entendido, levando em conta o pensamento antigo, como desarmonia, desordem e ou Caos. O Mal é somente uma idéia e serve como manivela mental para a maioria dos homens, o Mal é a explicação geral de tudo que gera transtorno. Outras ferramentas seriam a busca pela felicidade, pelo conhecimento, o Tempo, o otimismo... Manivelas mentais. O Mal é o oposto indesejado.

Indesejados eram os pensamentos dos chamados malignos. Vivendo em épocas que por diferentes motivos eram avessas aos argumentos deles. Hoje, alguns ainda são vistos com espanto, como o próprio Donatien e seu Sadismo. A verdade é que o mais fascinante para alguns, horror para outros, não são as idéias dos malignos, mas a maneira como elas acabam afetando o ponto de vista das pessoas. São argumentações que, mesmo que completamente amorais, geram dúvidas na mente. Quem nunca parou para questionar os próprios valores? Os malignos questionam e não apenas na própria mente, eles gritam bem alto para todos.

Querem balburdia e a confusão de valores. Gostam, mesmo que não confessado, das críticas negativas, dos desparates, dos xingamentos... Gostam demais, não tenha dúvida. Se o futuro for uma Roma perpétua feita de Sodomas e Gomorras, os malditos ainda estarão lá, mas falarão de Amor, bondade, ordem, ética...

E assim caminha a ironia.



FOTO: Loki