quarta-feira, 13 de julho de 2011

Por quem os sinos dobram...


Por quem os sinos dobram? Pelos mortos. Melhor é continuar velando, má fortuna ser velado. Brinquei com um talento demasiado melancólico, repleto de saudáveis utopias.

Duas coisas podem ser ditas sobre; ou melhor, três coisas podem ser ditas sobre o crepúsculo de uma tarde quente: algo começou, algo terminou, algo deseja recomeçar. Os pequenos corpos jovens correm; lentamente; aos portões do prédio. Professores acompanham os alunos menores. Pais esperam ansiosos. O Sol vai, os pássaros passam, as nuvens, as sombras nos corredores que reencontram o silêncio. Vai o mundo todo enquanto da janela do terceiro andar eu o acompanho com olhar e pensamento. E eu digo os três: começo, termino, e desejo recomeçar.

É sentir assim, como quem percorreu todo o mundo para lembrar que seus óculos estão no bolso de trás. Ou rodar, rodar, girar, abrir os olhos e procurar tonto os rastros das outras crianças, antes que o equilíbrio nos lembre a certeza e a rapidez. É encontrar seu lugar em seu lugar. É pensar: eu fui e cá estou.

Tantos rostos de sonhos que eu conheço, reconheço. Vidas que só conhecem a primeira resposta: começar, começar, começar. Ser o jovem tio que ensina História, e conta histórias; ser parte de vidas que podem ir, voar, alcançar estrelas...

Ou voltar.

Nenhum comentário: