sábado, 17 de julho de 2010

Agridoce

Habita meu peito um amar agridoce. Amo quão lobo, árido, um olhar claro; tão me exulta, quanto me abandona. Eu. Tantas vezes blasfemei teu nome, Sentimento, tantas vezes fiz-me mudo. Sôfrego. Danado de ilusão, alvo de mim, declinando-me então. Abandonou-me as graças...

Em tal zelo foi me dado um amparo cândido, tímido. Regaço d'amanhã, fluindo em rio límpido ao meu vale escuro. De uma seiva nutrida, porém difícil. Nele cantam pássaros, graves e esguios. Córrego de meu sonho, amado e amigo. Vem-me distante, contíguo ao meu necessitar... Desejar? Há! Dai-me vida mais!

É a palavra curta de uma comoção, é um pensar claro, um criar belo. Meu regaço, meu rio. Limiar. É quando me encontro, inteiro, em nós; Alegria. Trás Alegria. Cândida, minha pouca Alegria.

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