sábado, 4 de dezembro de 2010

Belial (da escrita da crônica)


Na escrita de memórias em forma de trágico, conforme a letra vira caráter, e no papel, fibra, músculos, e suor, e momentos, e olhos, falares e gestos. Conforme vai se emanando - irmanando - em páginas e páginas, o mesmo e o quebradiço momento. Passado. Remembramento. Fraturado pelo contínuo trincar de novas sobre outras apreensão de sensações. No profundo ainda consiste a mesma imagem, o mesmo juízo absoluto, do indito e proibido, daquilo que não deve ser olhado, daquilo que não deve ser tocado, da derradeira cabala dos receios, do calcanhar aquílico: Sombra detrás da consciência, inimigo de dentro, expulso por vã ilusão de imagismos... Nas temidas últimas folhas.

[Olha a janela, apaga o fogo. Observa o céu como quem vê um espelho côncavo]


- Essas memórias me libertam; matando aos poucos...

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