quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Metrificação do tempo

Enquanto Cabral se preparava e o Novo Mundo seguia isolado e velho pronto para ser descoberto, o nascimento de um simples autor como Rabelais é um evento desconhecido até hoje. Ele mesmo não sabia afirmar sua data de nascimento em vida, seu aniversário podemos supor, passava em branco, escrevendo, lendo ou bebendo como em todos os outros dias do ano; ignorante do tempo como a maior parte da população de então. O dia, do nascer do Sol ao seu declínio, interrompido pelas refeições, era um bloco inteiro de luz. Uma estação, outra estação, outra estação, outra estação, a mesma estação. 8 ou 9 gerações, ao preso do industrialismo, a vida determinando-se no balanço do ponteiro e na troca dos números.

Fazemos tudo ao preço de hora. Manhã, tarde, noite, intervalo, serviço, férias, fins de semana, feriados, pontos facultativos. Organizamos nossas ações, vivemos em uma gama de tarefas e abstrações maiores. Somos mais livres? Estamos mais presos?

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