domingo, 6 de novembro de 2011

Velhos Hábitos

Certo, tenho meus momentos anacrônicos.

Telefones desconhecidos, amigos perdidos, laços rompidos e amores nascidos, nas eletrônicas filas da agenda celular. Cigarro na boca que digo tantas vezes querer abandonar, o mesmo banco, a mesma praça, aquela pessoa. Enfim. Vinte minutos e contando para o reencontro.

É engraçado.

Em algum momento da vida, acontece com qualquer um. Um momento, um só, um acontecimento coloca toda a nossa estrutura em abalo. Um olhar, uma frase, uma conversa, uma visão. Nossas bases se alteram, por instantes, misto de liberdade e desespero, desejo e aversão, certo e errado bailando, e é lambada... Mas você já ouviu falar disso. Quem não? Acontece que aos loucos ocorrem ocasiões assim. Também. O cinismo se retrai, a completa liberdade parece pesar, a ausência de culpa, culpa, e mesmo a onipotência seria inerte. Uma impossibilidade, uma impossibilidade de ser algo que está além de suas amplitudes pessoais. Algo que exigiria uma vida de compromissos, os compromissos que você sempre evitou. Então, os surtos. As loucuras das quais não se orgulha.


Cantar em janelas, mandar sinais de fogo... Sinais de fax, pentelhar a rede social. Ou ligar e marcar um encontro naquele lugar. Não receber resposta e esperar, mesmo assim. Olhar como um bobo a rua, fumando e pensando que precisa parar, aos vinte minutos de atraso.

Não é a primeira vez.

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