terça-feira, 8 de novembro de 2011

O ambiente virtual (Full)


Manter uma vida virtual ativa não é hoje exclusividade de jovens amantes da computação, mas uma rotina social generalizada. Socializar em redes sociais, marcar encontros casuais ou fazer passeatas pela economia mundial, são atividades comuns. No mínimo, quase todo mundo hoje mantém um e-mail. Há quem trabalhe em casa. Ou, ao chegar do trabalho, relate alguns causos aos amigos no mural do Facebook, acompanhe as últimas notícias não pelo jornal, mas pelo Orkut, ler no Twitter rotineiramente uma frase interessante de alguma celebridade; fazer-se celebridade; assistir filmes, burlar todos os outros meios de vinculação de mídia: em franca decadência financeira. Ter mais conversas com pessoas em outros países do que com seus os vizinhos. A vida virtual, a Internet, ocupa algum lugar social, inegavelmente. A pergunta que fica é: Qual?

É algo pessoal, individual, próprio, um mero escapismo da vida real. Um ponto de vista talvez compartilhado pela maioria. Aliás, um ponto de vista no mínimo superficial. A Internet cria um capital considerável, forma e quebra empresas e fortunas, cria celebridades, motiva namoros e divórcios, manifestações sociais. Revoluções. Sua amplitude é e une todo o mundo em interfaces gráficas, como uma enorme praça pública feita de pura linguagem sem as limitações espaciais: ocasiões; por tempestades derrubando torres, ou acidentes na transmissão de dados, ou ditadores egípcios desastrados. Limites banais, nem mesmo observados pela maioria. Uma praça. Como tal, não se pode definir uma praça pública como ambiente privado por muitos a utilizarem apenas como distração. A movimentação da praça dá lucro, visibilidade, vez por outra, levantes populares. Mas então; fica uma nova pergunta: A Internet é parte do ambiente público?

Uma resposta incompleta. Cada pessoa no ambiente virtual e em especial nas redes sociais adota características que, embora talvez tencionem sinceridade plena com sua “maneira normal de ser”, desnucam-se pela distância, pela ausência de impressões físicas, pelos limites predeterminados no prévio convívio social. Na Internet, qualquer um pode fazer-se como desejar: incorporar um personagem famoso ou não, ser mais ousado com um linguajar voraz, ou, freqüentemente, mais valente. Para a maioria, o salvo-conduto da mera possibilidade de desligamento. Em palavras mais simples; você pode desconectar-se de sua realidade (virtual ao cotidiano/ cotidiano ao virtual).

Não podemos abandonar um dia chato no trabalho desaparecendo no ar, ou na escola, mas a realidade virtual é tênue o suficiente para tal. Além do e-mail, da comunicação, profissional, do entretenimento ininterrupto, a Internet ainda oferece a possibilidade de ser uma nova personalidade. Ela não é feita de acomodações, cortes espaciais, históricos insolúveis das experiências do cotidiano, mas é puro personalismo, propaganda, troca de informação, linguagem. Informação e automação. Não é de surpreender que jogos que imitam a vida comum – o exato tipo de atividades que fazemos sempre – sejam tão populares. É a vida comum, sem as limitações comuns.

Conclusão até agora: Nenhuma. Não que aflija o contínuo debate do tema.

Dizer que a Internet é um ambiente pessoal é superficial, dizer que a Internet é um ambiente público é incompleto. Teríamos uma resposta apropriada? Seria possível deixar em aberto, mas, acredito existir uma resposta estupidamente simples: O ambiente virtual é um ambiente novo.

O bom Aristóteles que definiu boa parte de nossas noções ordinárias sobre cidadania, não dispunha de Google.

A Internet é um meio social novo e crescente. Apresenta em si todo um ambiente social com elementos dos dois clássicos – público e privado – além de alguns próprios. Uma casa tem seu limite na intimidade familiar ou no espaço físico da residência, o público é ilimitado, porém recuado e propagado por meios de disseminação. A Internet apresenta uma mesma ausência de limites, e bem maior, porém amalgamada à individualidade; tênue; de cada personificação. Cada usuário, no mar de linguagem supostamente perene e interminável, em um barco mutável por suas interações, escolhas e afeições. Um país continental cortado por trailers, um condomínio sem ruas, de residências flutuantes, no qual pombos correios migram de casa em casa entregando mensagens. Tênue, e em sua maior qualidade (como é comum), seu maior dilema: Não existem calçadas no condomínio, os trailers não têm portas. O juízo das coisas não ultrapassa a mera troca de informações, sem as impressões físicas, os pequenos hábitos não verbalizados... Ela é um novo corte social, como novos problemas de ordem social... Entretanto, paro aqui, assunto para um outro artigo.

Um comentário:

gardyniahackbart disse...

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