segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Lord Byron

De vez em quando a vida nos aproxima de algo que lemos, ouvimos, sentimos de imediato, diferente de todo o mais, e, entre a associação surpreendente e a surpresa de consternação, deslumbramos a presença do passado e a vida, tanto nossa, do mundo, quanto dos mortos, em nós.

Com o impacto, permanecemos em uma exultação perseverante. Sendo preciso desmentir ancestral demônio, e a verdade é: Apenas queimando a mão somos capazes de nos reconhecer na natureza do fogo.

E tudo é assim: Titânico. Não é uma completa impossibilidade que o mundo não seja muito além dos restos de uma ancestral guerra entre potestantes protógonas. São nossos mais profundos selváticos e abismais instintos. Reduzidas ao leito de Leto, eternamente famintas.

*E quando um dia um demônio se esgueira em tua mais solitária solidão, e diz: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!".

*Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? E olhando em seus olhos, não compreenderia?

Ele é você.

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