segunda-feira, 1 de novembro de 2010

4 erros tucanos

I. O primeiro erro da campanha tucana foi o próprio candidato escolhido, José Serra. Antipático, dúbio, sinuoso, fraco aos olhos do eleitorado o suficiente para não vencer de uma simples funcionário da Situação sem qualquer atitude representativa anterior (em contraste ao calejado Serra). Ser o político mais forte de São Paulo, ter o apoio dos maiores colégios eleitorais, experiência representativa, tudo isso importa quando, e apenas quando, reflete uma aceitação ampla e nacional, aceitação vista em Lula refletida em sua candidata. Serra, tucaníssimo, resoluto em seus posicionamentos, jamais deixou de suster uma imagem excludente. Forçosamente em oposição ao muito superior carisma de Lula, hoje.


II. Tendo escolhido a Oposição não o pragmatismo de Aécio, pela rigidez de Serra, evidenciou imprudentemente suas intenções de contra-balançar a política hoje em altíssimo estimo do Governo. Imprudência terrível e fatal, e enigmaticamente para a felicidade da Situação, ainda sustentada. Sendo assim, sendo pedra do núcleo do PSDB, da chamada "política de direita", tentou aparentar uma postura multifacetada na campanha. Atitude contraditória e atrapalhada: tentou vender uma afinidade com Lula, criticando o Governo os principais pontos do Governo, obscureceu FHC em prol de uma autonomia, tentou utilizá-lo como segurança de sua capacidade política, vendeu propostas absurdas, fantoches e factóides, quis ser gentil com todos e moralista. Todos esses movimentos mal executados demonstraram superficialidade em seu desempenho.


III. Serra escolheu um jovem político enquanto seu Vice. Medida que poderia ser sensata, se o Vice no Brasil fosse mais do que bengala, e se o discurso arcaico e moralista adotado não derrubasse seu próprio comportamento de intuito fraternal: apelou para a fé, família, valores tradicionais, com sofismas no objetivo tacanho de desmoralizar a candidata adversária. Tentou propagar sensacionalismos na atitude pragmática de Lula, sem subserviência ao Capitólio, como um desejo revolucionário (mentira, talvez, infelizmente), socialista, marxista, maoísta e tudo que é martelo e foice. Exagero absurdo distante da realidade efetiva, suficiente para não ser levado a sério pela população que nem mesmo poderia compreendê-lo. O centralismo real do Governo, sendo mitificado pela incapaz Oposição, passou inócuo pelo voto.


IV. Toda tipo de acusação foi feita contra a candidata Dilma. Incluindo o Papa dando parecer e dissidente recuperado. Mas, quando Serra precisou mostrar superioridade de articulação, quando no início do segundo turno a disputa estava equiparada, o tucano afinou. Dilma cresceu, deixou a postura tímida, apropriada para o quem está por cima, para atacar. O debate público, a possibilidade de Serra justificar 50% de seu discurso; melhor capacidade política, experiência, mérito; foi disperdiçado por ele mesmo. Com propaganda ruim e uma atitude frouxa, o carcamano conseguiu o grande feito de perder de um modo absolutamente evitável

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