segunda-feira, 23 de maio de 2011

Rainha de Veneza


Does it go from east to west
Body free and a body less
Come again just to start afresh
Once again to find a home
In the moment of the meantime



Fico desorientado por seus movimentos, caindo de um lado, e outro, em seu balanço que não me deixa desviar o olhar. Oriental? Ocidental? Tão próxima e cômoda, como quem já nasceu para tal, agradar dançando, assim. Beldade que reconheço, e assim, somente.

E desce, estica seus dedos pelo piso liso. Olha cobiçosa o desvão; contando as notas. Pitoresca. Em seus trajes de classe, máscara grave, e é difícil entrevê-la. Minha bela, "De onde você vem? Para onde você vai?"

Termine a dança, e recomece. Faça assim, para o seu novo amigo dentre muitos. Gire no pedestal, lâmina de prata, fito de chuva no terreno negro. E nos olhe: são nossos olhos de vaidade.

Aceite, é mais um gracejo tolo. E não acredite. Não estamos íntimos? "De onde você vem? para onde você vai?"

E todos queremos declamar:

"Amamos, ô, rainha veneziana
A melhor que viram
nossas cabeças esquentadas
E todos declamamos: Veneza tem sua rainha".

Descrente e convicta. G.L.O.R.I.A. Já é hora de partir, deixe os outros como sempre; não diga, apenas venha. G.L.O.R.I.A. Vejo, beira o mar, seu olhar acompanhando o Sol que nasce, é o nosso beijo de partida. De todas as noites, todas as manhãs. Minha rainha pública e particular. De seu amigo.

G.L.O.R.I.A.

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