domingo, 12 de setembro de 2010

Ausente de enternecimento

Sim, existe o pico do monte, a imortalidade da glória, a saudação do virtuoso. Estátua de bronze, citações, uma foto reluzente por gerações e gerações. Mas, sim, existe a vergonha, o escárnio, a incompreensão, a falência e o esquecimento.

O vencedor é um. A equipe, a dupla, o primeiro lugar... Além do reluzir ofuscante, na penumbra por detrás, jazem todos os muitos "segundos": os quase vencedores, os que tentaram até a estagnação, exaustão, e aqueles que não tentaram. Lá, nas trevas, desaparecem como velhos ancestrais, como o Outono de outrora; decaindo ao anoitecer longo, frio e escuro do Inverno...

... E não existe Beleza aqui...

... Mas, em desalento o homem perplexo indaga, chocada por tristes verdades: - Seria vão?! Grita em misto de raiva e esperança. E a resposta não é outra, é "Não".

Imaginemos então o velho retirante, de vida vagabunda e incerta, daqui e de acolá, entre amigos e inimigos, entre amáveis e tiranos. Tendo o céu como teto, o vento como comadre, o dia como caminho e a noite, abrigo. Imaginemos que o retirante por um momento estivesse aqui, ao nosso lado, e se assim fosse perguntaríamos - Qual o ganho do retirante?

Ele não responderia. Retomaria o fôlego, caminharia então.

Nenhum comentário: