domingo, 12 de setembro de 2010

Velhos amigos - Fragmento

Pela segunda vez retorno ao mesmo aprisco.

São ainda os mesmos rostos reconhecidos, envelhecidos, os mesmos garotos, homens feitos, caminhando ao lado das meninas de outrora, damas cortejáveis. As casas, as mesmas, e os hábitos, quase idênticos. O mesmo amanhecer, tão claro, também tão ignorado. As mesmas impressões de outrora, redobradas em sentido e detalhes.

Caminho na mesma rua dessa gente perene, passando pelas mesmas casas, experimentando as mesmas comoções, sim, e aqui com tanto novamente sinto nostalgia. Ignoro saudades. Porém, com qualquer sensação de perda, desejo novamente abandoná-los. Nem mesmo seria abandono, ainda e agora, são assim quão sempre estranhos, distantes. Aquele casal não me reconhece; olham, dobram o olhar; tal como as ruas, e as casas... Diferente apenas o Sol, como antes.

E vou.

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