domingo, 12 de setembro de 2010

Da perda de textos

Perdi um conjunto de 2 CD’s de textos. Recortes, prosas poéticas e ensaios reprovados, de um modo geral. Lástima foi perder incluso uma tragédia familiar em 3 partes, tendo duas completas.

Naturalmente, e até pela natureza de minha predileção, posso bem reescrever o projeto contendo todos os pontos de conflito, personagens e fluxo lógico, mas infelizmente sinto ter perdido as imagens que um determinado conjunto de circunstâncias irrevogáveis: Meu temperamento na hora da escrita, o tempo ao redor, a palavra escolhi então. Sinto em especial um ou dois capítulos e alguns momentos de fúria.

Talvez para o bem ou o mal, quem sabe? Não podemos deixar de imaginar, com um pessimismo de plebeu “Joguei minha obra máxima fora”. De qualquer maneira, para o prosador meticuloso, embora o mesmo jamais retorne, é possível bem um novo e melhor.

Processo semelhante já me ocorreu, com um dos textos que conservo. Reescrevi milhares de vezes a coisa, até por fim me convencer que o fluxo lógico pecava em grande medida (desgostei de 70% do conjunto). Reiniciei, fui mais honesto comigo, e criei coisa bem mais viva, pra mim.

Perdido está. Já não há. No entanto, é sempre novo o mesmo Sol. Assim diz Apolo, o único deus que acredito talvez existir. Ao menos, dele sou devoto.

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