domingo, 12 de setembro de 2010

Giacomo Leopardi - Curto ensaio crítico


La Natura, purissima, tal qual è, tal quale la vedevano gli antichi: quell'albero, quell'uccello, qual canto, quell'edifizio, quella selva, quel monte, tutto da sé

Eu sou do tipo que deseja sentir em uma poesia todo aquele poder primitivo e subconsciente de uma linguagem iniciática, em princípio consciente, tornando-se inconsciente, orientadora de pensamentos e emoções profundas. Aquela linguagem especial de oferenda aos deuses, do rito sagrado, o sibilar rítmico: A magia, filha da Arte.

Não que seja do meu interesse utilizar dessa comunicação mística, outrossim, fala aos homens como um também. Dos poetas, apenas aqueles que falaram ao homem enquanto homens estão entre os meus interesses: Mestre Ovídio, Mestre Schiller, Mestre Nietzsche, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Neruda, Pound, Dante Milano... De hoje ou de ontem. Estou mais próximo dos mortos do que dos vivos, mas posso senti-los ainda hoje, em suas análises que, veja, são retratos de fatos, sentimentos, seres. O poeta está entre a naturalidade inumana da música e a construção totalmente humana da palavra; ele é abraxas.

Dentre todos, Giacomo Leopardi resplandece alvo. De uma estrutura clássica, de um lirismo forte, de uma tradição arraigada, de um nacionalismo fanático, uma paixão etrusca, romana, fascista até, acorrentada ao Romantismo à Weimar, ao desejo profundo do saber, do tocar, de um pensar pessimista extremado até; de cinzas e cascalhos as palavras ítalas do poeta arrebatam o espírito e a alma. Cada verso, cada imagem, cada representação: Ele arrebata, ameaça, investe com fúria, com paixão, mas também com bondade, mas bondade leviana. Estando no precurso do ultra-romantismo, revestido de bagagem intelectual, alcança uma imensidão própria, particular. Está entre Kant e Schopenhauer.

Ele diz: Você é insatisfeito, o mundo é indiferente, incomensurável, caminhará em frente e o abismo surgirá. É preciso saltar o abismo e não sentir a queda; cair, descer ou voar

.

E come il vento odo stormir tra queste piante, io quello infinito silenzio a questa voce. Vo comparando: E mi sovvien l'eterno, e le morte stagioni, e la presente e viva, e 'l suon di lei... Così tra questa Immensità s'annega il pensier mio:


E 'l naufragar m'è dolce in questo mare.

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