domingo, 12 de setembro de 2010

O tamanho do mundo

Com o Nobel na estante, iluminado, satisfazendo o ego, repenso todos os passos.

O velho quintal fora enorme, infinito. Imenso, tão quanto os sonhos. Naquele banco antigo sobre a relva, muitas noites em claro e sonhando, desejando aqueles primeiros olhos delicados e sedutores. Contemplando as estrelas, assim como muitas vezes após. Anteriormente, a aprovação no vestibular, ânsia do estudo, a alegria da conquista e esperança no porvir. Ao longe, o futuro - presente - imaculado, perene.

Alongar os braços, esticá-los bem. Um prazer antigo. Poderia agora alargá-los bem mais... E por qual razão? Nenhuma...

Já deixou de existir o velho quintal. Demolido junto ao resto do imóvel. Vendido, muitos anos atrás.

As estrelas ocupando agora outras posições, obedecendo ao movimento contínuo do globo...

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