domingo, 12 de setembro de 2010

Crítica da qualidade

Pensando os tópicos recentes e impressionistas de Miotto e Liz, venho cá, bradar também:

Ser um bom artista por convenção é escrever com beleza. Escrever correto é como os gramáticos escrevem, escrever bem é como jornalistas, filósofos, teólogos e cientistas influentes escrevem, escrever belo tem algum "Q" de algo além. O Belo, a estética, ethos de virtú, do simples ao sublime, apenas em um ponto é concernido: To kalon. O Belo é antes uma sensação complexa do que simplesmente emoção, ímpeto ou naturalmente pensamento. Não serei mais claro, cada um que pense por si a preposição, guardo pra mim.

Qual é o pensamento dos mortos sobre a beleza?

Pelos clássicos, com maior ou menor clareza maior ou menor intenção, a cristalização stendhaliana da realidade. O real tornado sonho, elevado, "encontrado". Homens perfeitos, lugares perfeitos... De Schopenhauer pra trás até Aristóteles.

Pelos românticos em diante, no quebrantamento, na "descida" ao emocional, o escapar do mundo.

Apolíneo e Dionisíaco, maior ou menor, forma e expressão. Um pouco de ambos, de um, do outro. Em âmago, desproporções. Talvez o criar artístico tenha relação com desproporção, embora Darwin dia que o belo é a conformidade da simetria do crescimento.

Arte em suma é algo que dá prazer. Não é um prazer desprovido de juízo, daí o retrato social, de sentimentos, de um ou de muitos, de algo ou de coisas. Daí, a intencionalidade, do transbordar de sensações, transfiguradas, feitas em palavras, vírgulas e pontos.

A fêmea do pavão vê com encanto aquele rabão colorido do macho, todo sapo gosto bem de uma rã com olhos bem grandes e uma sarada barriguinha bege. O pássaro que canta atraindo a fêmea... Lá no fundo dessa alquimia existe o falo erguido e a vulva do Graal. É a necessidade reprodutiva, criativa, por detrás de todas as convenções e anseios sociais orientando as formas, motivação de sexo. Pompeilesco, digamos.


Em suma. Mediante sociocultural análise, só uma é a realidade do critério de qualidade: Perversão camuflada.

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