domingo, 12 de setembro de 2010

Íon, e o Demiurgo.

.Meu Eu-artístico é segurado pela mão, mão de meu Eu-filosófico; o primeiro vê e cai, o segundo não vê o abismo e permanece nele...

Quando estou mais atormentado, transbordo versos, sou o surrealista, o homem torto, vendo o mundo torto, vendendo mundo torto. Pois minha musa é dríade, e não perdoa caminhante bobo. Minha musa é maliciosa, detesta a flor, adora a espinho. Caminho. Caminho na escuridão de seu manto, escuro manto, manto de imensidades... Distantes...

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Quando estou mais calmo, sou estóico, sou centrado, direto, sucinto. Vejo um mundo impossível, com meus olhos imperfeitos, e nele encontro, sim, algo de belo, algo de harmonioso. Existe nesse silêncio o respeito. Existe nesse céu cheio de estrelas, lá, ao alto, um caminho permanente. Existem nos rios verdades possíveis. Existe um vir-a-ser no qual o ser e o não-ser transpassam sempre, e até o sempre, ou quase o sempre.

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Dois demônios, entre dois demônios.

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